Tanando: Numa época em que havia tanto violeiro bom – foi quando o Tião Carreiro surgiu-, porque ele até hoje continua sendo referência, com tantos seguidores e até clones (no bom sentido, obviamente) , e se mantém imbatível?
Almir: É o swing dele, o sangue que ele tinha pra tocar. O lado compositor dele, essa fusão que fez das modinhas de infuência eurprolado compositor, o lado instrumentista, o lado cantor, o carisma dele, a seriedade com a qual ele trabalhava com a música, tudo isso contribuiu para o nome dele ficar gravado aí na nossa memória, na nossa história.
Tanando: E com relação a técnica dele?
Almir: Fantástico! Ele era roqueiro (risos), o toque de viola dele era pesado, os rinados da viola dele…. Tanto mão esquerda quanto mão direita. O swing da mão direita dlee era muito bom, tocava de dedeira. Eu sempre achei que a dedeira dificulta um pouco e ele tirava um som maravilhoso!É mais cristalina a viola tocada com dedeira do que com unha. E ele tinha um molejo na mão esquerda também, que acompanha o toque da viola, o rasqueio da viola. O ponteio da viola dele era muito bonito e o rasqueado também era muito dele. È a personalidade! O que mandava muito no trabalho do Tião era a personalidade dele.