O Ritmo do Pagode



Tião Carreiro tocava viola desde jovem, mas era inquieto, sempre procurando novas formas de tocar, até que, enfim, inventou um ritmo diferente em que a viola batia cruzado com o violão, numa mistura de recorte do catira lento com o recortado mineiro mais expressivo — esta é uma das definições.

O pagode foi criado por Tião Carreiro na rádio cultura de Maringá-PR em 1959; Tião Carreiro começou a bater com sua viola e conseguiu fazer junção de sua viola com o violão do parceiro Zorinho numa mesma gravação. Chegando em São Paulo, Tião tocou a fita para Lourival dos Santos e Teddy Viera, consagrados compositores sertanejos, e estes, ao ouvi-la, comentaram “parece um pagode” — em Minas Gerais, pagode era baile — e, assim, estava batizado o novo ritmo. Tião Carreiro tornou-se "O rei do pagode" por ter não só criado, mas também imortalizado o ritmo por meio de inúmeros solos de introdução e canções, difundido o pagode por todo país e fora dele.

O primeiro pagode a ser gravado foi "Pagode em Brasília" (e não a música “Pagode” como havia constado). Na cultura da música raiz, o pagode sertanejo é, atualmente, um dos ritmos mais tradicionais, tendo projetado Tião Carreiro por seu toque marcante e inconfundível, passando a enriquecer a lista de ritmos regionais.